sexta-feira, 19 de setembro de 2008

mais uma

tenho essa mania boba de achar o mundo meio chato quando não tenho no que pensar. faço contradição nos meus pensamentos e engulo a vontade de soltar o verbo. só que às vezes isso me sufoca e eu mato gatos a berro. descobri meu vício de escrever pra viver feliz de palavras. o abstrato significado das palavras, eu não consigo passar pra dentro. é momentâneo mas está sempre em mim. todo dia sinto uma saudade louca daquilo que eu não sei bem o que é. o mundo me faz falta porque meu mundo é ilimitado e não consigo lidar com fronteiras invisíveis. é uma sensação estranha e minhas crises psedos-existenciais vêm e passam com certa freqüência, que particularmente, eu gostaria de ter domínio. tudo bem, esse é mais um dos meus textos subjetivos, pra mim mesma e sem nexo que nunca tem solução. taí, a solução é não pensar em tê-la.
"A você, que nunca pensou que o riso também precisa de aquecimento para não se machucar em rugas, que deseja ler de manhã e viver o que se lê de tarde, e que não lê de manhã e nem vive de tarde, e sobra a noite para fazer de noite.
A você, que é uma promessa de cheiro, de chá, que coloca perfume nos pulsos e no pescoço, que tem receio de chorar onde não se chora, de falar o que não se deveria, que se controla e se autocensura para não se entregar.A você, que passou a vida a disciplinar o desespero, que segura a bolsa perto do quadril, que é suave para olhar de canto.
A você, que está aqui e não se resolve, porque não é aqui que está, mas dentro daquilo que procura. Alguns procuram um endereço; outros, um sentido. "[F. Carpinejar]