sexta-feira, 17 de julho de 2009

às vezes, quando eu acordo assim, meio sem definição, eu acredito realmente que não há lugar mais perfeito pra se esconder do que dentro do meu próprio cérebro. assim eu fico segura do meus pensamentos que me enganam, eu tenho me enganado o tempo todo e não sei se eu quero (ou se consigo) me corrigir disto, mas isto é assunto pra outra história. e se eu dissesse que hoje eu não quis nem levantar da cama porque eu preferi me perder no meu sono e só queria acorda daqui a algum tempo. às vezes, eu não tenho força nem pra me perguntar como tudo isso chego a este ponto, e porque as coisas tomam certo rumo, mas quer saber, não quero mais me cobrar, porque eu não posso estar sempre no controle. então eu não vou pedir desculpas por tudo, não me deixa pensar porque eu tenho essa mania de procurar respostas absurdas e o pior, é que eu encontro elas e é capaz de você nem conseguir se explicar. então vê se não chega tarde demais, vê se me diz o que eu preciso ouvir não o que eu quero, porque você sabe eu sou menina mimada que odeia ser contrariada, mas eu te garanto que eu me apaixono se você tiver a coragem de me enfrentar e dizer que a vida é complicada, e que eu não preciso me desesperar nem me sentir sozinha porque todo mundo sente isso, mas eu não sou igual a todo mundo. então não me peça pra te explicar tudo isso que eu sinto, porque eu sei que você vai fazer aquela cara de desentendido e me chamar de louca, mas quer saber, to cansada de parecer louca. é que tudo isso é bobagem, é só mais um dia da minha tristeza, então me deixa pensar em nada, tá?

'o que está acontecendo? eu estava em paz quando você chegou...'

domingo, 29 de março de 2009

domingo

tava passando na rua e vi uma velhinha. toda calma e meio desajeitada, ela tinha uma sacola de alguma coisa de supermercado nas mãos, usava um óculos arredondados, e tinha os cabelos brancos e leves. deveria estar esperando alguma boa alma ajudá-la a atravessar a rua, olhava para os lados, e parecia não se encaixar nesse mundo feito de tanta pressa e pouco amor. e eu fiquei ali, observando ansiosa, como se aquela cena fosse decisiva em um filme, e ela me viu de longe e sorriu. sei lá porque eu senti uma lágrima escorrer, e fiquei encantada com o olhar daquela velhinha que eu nem sei quem é. esperei o farol fechar e vi ela indo embora carregando o fardo de viver na bolsa e uma serenidade que exalava os olhos de quem realmente prestasse atenção nela. e continuei meu caminho pensando de como a vida é simples e clara, e como a gente insiste em sofrer por coisas medíocres.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

guache

hoje acordei de ressaca. ressaca de gente. da falta de gente. já chorei sem motivo. procurei um motivo farejando em cada canto da casa alguém pra me acolher. não achei você. você que quebra o realismo da vida planejada. você que me fez perder o controle da solidão. você que sabe de mil truques pra me atirar no abismo. você que é meu medo. traz um copo de veneno garçom, hoje eu me embebedo de tanto amor.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

E tudo isso apenas com um olhar..

Era mais um daqueles dias em que um não queria entender o outro, o dia em que você acorda e diz: hoje eu resolvi ser egoista !
Mas esse, eles nunca esqueceriam. Ao discutirem sobre algo desinente ele ficou ali do outro lado da porta só escutando os suspiros de um choro conscentido e se perguntando porque diabos eles nunca se entendiam, ela furticava de raiva, mas tinha a vã consciencia de que tudo voltaria a ser como sempre foi, prometeriam melhorar e o fato de estarem juntos um ao lado do outro era o suficiente para que fossem felizes.

Então ele escreveu um bilhete e passou por debaixo da porta:

"Daqui três horas o sol vai nascer, e eu quero estar ao seu lado, porque não ha momento algum que me faça mais feliz quando você sorri discretamente por saber que, se passou mais um dia e nós estamos aqui, novamente. "

E tudo isso apenas com um olhar..

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

conhaque

ele ainda continuara aqui. exato momento. ela ainda tinha os mesmo receios de amar, insegurança e o mesmo final. é triste enlouquecer sozinho. mas já se passara tanto tempo, tantas paixonites, flores cresceram e murcharam com a mesma freqüência que ela tinha de chorar. o mesmo encanto de sempre mudara, uma pena, mas ainda tinha seu lugar no mundo. quanta saudade pensara, pra quê se sempre há algo pra se preocupar mas nunca algo que realmente valha a pena perder o sono por pensamentos inquietos?! aah, esse leque de possibilidades sempre o deixara confuso demais, então ele acendia mais um cigarro e contemplava a quantos amores já vivera. o sorriso lhe escapava aos olhos e mergulhava na imensidão da dúvida. nunca acreditara em pessoas que se complementam. aliás, nem nós mesmos estamos completos. as pessoas se somam infinitamente. a cada abraço e entre rios de beijos perdem a conta do finito...
o mundo girou. o passado passou. o futuro chegou....
... e você ainda está aqui.





domingo, 28 de dezembro de 2008

Capitulo 31

Carolina sentou ao lado dele, redigiu palavras embaralhadas que se dava pra ver na expressão de Pedro sentido algum.
A única coisa que pensou e logo depois conseguiu pronunciar foi "caderno". E ele atendeu suposto pedido, passou o caderno a ela que começou a escrever tal carta que só foi lida 3 dias depois num ônibus de volta pra casa.


"Bem, não é que seus olhos não sejam lindos, mas é que não posso observa-los. Acredite nesta carta apesar de serem só palavras, quantos são os atores que ja reproduziram tudo isso de modo apenas a brincar no palco. Mas se eu pudesse, diria tudo isso a publico, não atuando, tão pouco lendo, apenas dizendo com você ai ouvindo, ao inves de estar não entendendo.
Criei um medo, como quando se cria uma planta. Desde a semente até o seu colher. E eu tenho colhido esse medo, esse tempo todo eu tenho carregado os frutos por ai. Não que eu queira, que eu não me canse de comer sempre a mesma coisa. Mas se é tudo o que eu tenho, acho que resolvi preservar. Até te conhecer, é claro.
Porquê alem de sentir todas aquelas coisas que eu senti, que eu já te disse debaixo da arvore no aniversario da Helen, eu queria jogar tudo fora, tudo que eu já construi, tudo que eu me tornei plantando e colhendo medo. Medo de perder algo, medo de arriscar, medo que me vissem por ai deixando de ser a independente atravessando a rua, com o seu orgulho brilhando atraves da blusa.
Então eu quase vomito e choro por pensar assim. Mas eu respiro fundo e esfregos as mãos, penso um pouco no que já construimos juntos nesse meio tempo e tudo passa e essa é a hora em que você esta indo embora mais uma vez. Eu sei que você vai voltar! Eu me sujeito a sorrir, os meus olhos se enxem d'agua. Você pode tardar mas, a luz da sacada vai estar acesa, a comida vai estar quente no forno e a roupa pronta. E eu prometo, vou sempre estar de braços abertos, talvez eu fique muda e desvie o olhar, mas você sabe, não é por falta de afeto, é o cegar do excesso dele que me fez o que eu sou hoje. Um pouco sem palavras, com todos os gestos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

chiclete

e naquele dia em que borboletas azuis diziam bom-dia ao seu quintal, que o pôr-do-sol foi-se mais tarde, que a chuva levou um sorriso, e a saudade fez-se arrancar uma lágrima doída. nessa segunda feita pra viver, feita de esperanças, nesse dia que nunca voltará, no seu último ano de escola, no cheiro de pitanga nos cabelos e água de cheiro entre as orelhas, na angústia de uma ligação, no medo do alô e a aflição do beijo, no meio de tanta coisa confusa e embaraçada, entre as lacunas de palavras dispersas no ar, no coração na boca disparado quando escuta o nome, eu quis te entregar ao meu destino, quis escolher a nossa sorte. em meio ao meu excesso, com toda essa coisa de não entregar para não estragar, mas quer saber? eu quero gritar pra dizer que é você!